quarta-feira, 23 de abril de 2014

William Moy, o filho de Moy Yat

No Kung Fu, há uma tradição em que o pai, quando esse é um mestre de artes marciais, transmite o seu legado marcial ao filho co-sanguíneo. Na história do Ving Tsun se vê tal fato, ainda na 6.a geração, quando o Patriarca  Leung Jaan transmitiu para seus filhos, Leung Bik e Leung Chun. Na 7.a geração, o Patriarca Chan Wa Sun passou seu legado ao filho, Chan Yu Min. A 8.a geração não foi diferente, quando o Patriarca Ip Man ensinou o Ving Tsun para os seus filhos, Ip Chun e Ip Ching.
William Moy ainda criança, ao lado do pai, Grão-Mestre Moy Yat, nos anos 70, em NY.
O mesmo se deu na 9.a geração do Ving Tsun, quando o Grão-Mestre Moy Yat salvaguardou o legado ao seu filho, William Moy (Moy Wai Lam). Nascido nos anos 60, em Hong Kong, Si Fu William, ainda criança, viu toda a trajetória do pai, no papel de pupilo de Ip Man. Depois, viu o pai como mestre, tornando-se um dedicado discípulo dele. Em 1973, quando a família Moy Yat imigrou-se para os EUA, William vislumbrou a condição de tornar-se um mestre de Ving Tsun, ainda jovem, fato que ocorreu décadas depois, nos anos 90, na histórica escola de Chinatown, East Broadway 45, na qual a herdou.

O canal de internet "American Kung Fu" produziu um vídeo sobre o atual Mestre Sênior William Moy, o herdeiro natural de Grão-Mestre Moy Yat:

https://www.youtube.com/watch?v=alq4W5snL6A

Para saber mais, acesse o site da Moy Yat Ving Tsun do Si Fu William Moy:
http://moyyatvingtsunkungfu.com/

terça-feira, 22 de abril de 2014

Filme sobre Ip Man nos cinemas




Após indicação ao Oscar 2014, o filme The Grandmasters (China, 2013), do diretor Wong Kai Wai, chega aos cinemas brasileiros. O longa encontra-se em cartaz, apenas entre 17 e 23 de abril, sob o título "O Grande Mestre", mesmo título dado ao DVD, no Brasil, do filme anterior - Ip Man (China, 2008) - sobre o patriarca do Ving Tsun:

http://vejasp.abril.com.br/atracao/o-grande-mestre

http://vejario.abril.com.br/conteudo-do-guia.php?id=17362&nome=O%20Grande%20Mestre&guia_id=4&guia_bairros=&guia_especialidades=O+Grande+Mestre&guia_nome=

A versão apresentada no Brasil difere, em tempo e edição, da versão original chinesa. Nos cinemas brasileiros, o filme tem 130 minutos e na versão asiática o filme tinha apenas 108 minutos, além das pequenas mas substanciais diferenças de montagem. Ou seja, no Brasil, o filme apresentado está melhor, porém serão poucos os dias de exibição.

segunda-feira, 14 de abril de 2014

11 anos da 12a. geração do Ving Tsun

No dia 15 de março de 2003, o Mestre Leo Imamura autorizou o seu discípulo, Mestre Anderson Maia, a iniciar sua própria família kung fu (em chinês, Si Mun). A ocasião fora a primeira titulação de mestre da Moy Yat Ving Tsun na América do Sul, que permitiu o início da 12a. geração do Ving Tsun na linhagem Moy Yat da Família Moy Yat Sang, tornando-a um Clã.
Membros do Núcleo Belo Horizonte em 2003, na titulação do Mestre Anderson Maia.
O Mestre Anderson Maia aguardou exatos trinta dias dessa data para convidar alguns membros do Núcleo Belo Horizonte para formalizar, oficialmente, a Família Moy On Da San, onde enfim ele se tornaria o líder de família (em cantonês, Si Fu). Vale ressaltar que o núcleo foi fundado em 1990, sendo então muito esperado tal momento. A data do primeiro Hoi Kuen (iniciação marcial) da Família Moy On Da San foi, portanto, o dia 15 de abril de 2003.


Fernando, Simo Carla, Sifu Anderson e Genaro, na primeira admissão, em 2003.
Genaro Kummer e Fernando Costa Cruz foram os primeiros alunos (To Dai) dessa nova geração. A admissão formal ocorreu no Mo Gun do Si Fu Anderson Maia do bairro Savassi, na época à Rua Cláudio Manoel. Muitos membros que estão hoje no Núcleo Belo Horizonte, estabelecido no bairro Sion, à Rua República Argentina, foram testemunhas nesse especial momento, há onze anos.

Uma família kung fu vencer mais de uma década de existência é algo de grande apreço no círculo marcial (Mo Lam). Poucas escolas de artes marciais do mundo atual conseguem se manter durante uma década. Antigamente, isso era mais comum, na China. Hoje, no mundo globalizado e com condições poucos favoráveis para cultivar os valores marciais, não são muitos os mestres que conseguem manter seus alunos por tantos anos.
A primeira Moy Yat Ving Tsun em Belo Horizonte, de 1990, revisitada pelos mestres anos depois.
Voltando no tempo, vale lembrar o ano de 1998, quando o Grão-Mestre Moy Yat visitou o Brasil para celebrar os dez anos da Família Moy Yat Sang, a 11a. geração do Ving Tsun, liderada pelo Mestre Leo Imamura. O Grão-Mestre Moy Yat, na ocasião, disse: - "Completar dez anos com saúde é como ver um garoto crescendo. Ele é apenas um menino, mas vencer e bem os primeiros dez anos faz acreditar que ele vai viver muito mais, por muitos e muitos anos".

Grão-Mestre Moy Yat em 1998. Celebrando uma década no Brasil. 
Os feitos do Mestre Leo Imamura nessas últimas décadas são provas das palavras do Grão-Mestre. A Família Moy On Da San, que mantém, nesses primeiros onze anos, por meio do Mestre Anderson Maia e seus discípulos e condiscípulos, vinculado e honrando a "Denominação Moy Yat Ving Tsun", faz parte dessa história.

Atuais Membros Vitalícios (Dai Ji) da Família Moy On Da San - 12a. geração do Ving Tsun:
1. Pedro Gontijo (Moy Go Ji)
2. Paulo de Figueiredo (Moy Lei Do)
3. Pedro Naves Nogueira (Moy Dak Lo)
4. Helder Lima (Moy Wut Dei)
5. Daniel Balparda (Moy Ba Daat)
6. Bruno Moura (Moy Bun No)
7. Paulo Nolli Filho (Moy Na Lei)
8. Ana Carolina Breyner (Moy Lou Lin)

terça-feira, 1 de abril de 2014

Tertúlias Marciais

No Mo Lam - o círculo marcial chinês - é comum um grupo de artistas marciais se reunirem, não apenas para a prática corporal mas também para discutir um tema pertinente ao Kung Fu e os seus desdobramentos na cultura chinesa.

No século XVIII e XIX, quando o Kung Fu do Templo Shaolin fora preservado nas sociedades secretas, como por exemplo o Kin Fa Wui Gung (sociedade da flor de jade), onde o Ving Tsun fora inicialmente estabelecido, encontros reservados eram comuns entre os seus membros.
Maquete da sede da sociedade secreta "flor de Jade", onde aconteciam as tertúlias.
Na época do Patriarca Ip Man, em Foshan, era frequente esses intercâmbios, entre membros de um mesmo estilo ou interestilos. Nessa cidade, considerada a meca das artes marciais do Sul, famílias de Ving Tsun, Hung Ga, Choi Li Faat, Bak Mei, dentre outros, promoviam grandes discussões!

No ocidente, quando um grupo seleto de pessoas se reúnem, com certa regularidade, para discutir um tema em comum, chamamos isso de "tertúlia".
Mestre Leonardo Mordente promovendo a "tertúlia marcial".
Com a iniciativa do Mestre Anderson Maia (Moy On Da San) e do Mestre Leonardo Mordente (Moy Lei On), respectivos Diretor de Núcleo e Diretor de Língua Chinesa e Genealogia da Moy Yat Ving Tsun, eles convidaram os membros do Núcleo Belo Horizonte para organizar uma série de tertúlias marciais. Mestre Leonardo batizou esses encontros de "Tertúlia Seis Nomes".
Mestres Anderson Maia e Leonardo Mordente com o grupo da tertúlia.
Seis nomes refere-se aos seis domínios do Sistema Ving Tsun - Siu Nim Tau, Cham Kiu, Biu Ji, Mui Fa Jong, Luk Dim Bun Gwan e Baat Jaam Do. Cada um desses contém uma particularidade no Sistema, uma natureza específica, na qual o nome, por si só, já nos leva a uma característica, a ser explorada na experiência marcial.
O livro de Grão-Mestre Moy Yat "The Legend of Kung Fu Masters" que versa sobre os 6 nomes.
Foi o Grão-mestre Moy Yat um dos principais expoentes modernos do Kung Fu a se preocupar em traduzir adequadamente os seis nomes do Ving Tsun. Vale lembrar que, antes, tais termos não careciam de traduções, por que eram estudados na China, entre chineses somente.

Obs.: O livro The Legend of Kung Fu Masters by Moy Yat, dentre outros, encontra-se à venda no https://pt-br.facebook.com/olivrodepedradovingtsun.